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sábado, 30 de abril de 2011

GANSO DECIDE, SANTOS ELIMINA SÃO PAULO E CALA MORUMBI

Ganso fez um gol e deu uma assistência na vitória do Santos no Morumbi

Foto: Léo Pinheiro/Terra

Após uma atuação regular no primeiro tempo, Paulo Henrique Ganso foi a grande estrela da vitória por 2 a 0 do Santos sobre o São Paulo, neste sábado, em pleno Morumbi, pela primeira semifinal do Campeonato Paulista. Com uma assistência e um gol após o intervalo, o camisa 10 alvinegro foi auxiliado também por boas atuações de Elano e Neymar para eliminar o time tricolor - dono da melhor campanha da primeira fase - e silenciar a torcida da casa no estádio, que teve 44.675 pagantes.

Os gols do Santos só saíram após uma modificação inusitada do técnico Muricy Ramalho, que sacou o atacante Zé Eduardo no intervalo para a entrada do zagueiro Bruno Aguiar, deixando Elano e Ganso mais perto da área rival. E foram os dois meias os autores dos gols da vitória.

Agora, a equipe alvinegra espera Palmeiras ou Corinthians na decisão do Estadual. Os dois times se enfrentam neste domingo, também em jogo único, na outra semifinal, no Estádio do Pacaembu.

O jogo

Com Danilo e Elano bem avançados no meio de campo, marcando a saída de bola do São Paulo, o Santos começou melhor e quase abriu o placar em vacilo de Alex Silva logo aos 2min. O zagueiro tricolor tentou sair jogando e foi desarmado por Neymar, que entrou na área e bateu para ótima defesa de Rogério Ceni; a bola ainda tocou na trave. Logo em seguida, Jonathan driblou pela direita e bateu para outra boa intervenção do camisa 1 são-paulino.

A resposta do time da casa veio aos 5min: Marlos ficou com a bola no meio, arrancou em velocidade e deixou os dois zagueiros do Santos para trás, mas acabou travado por Durval, que se recuperou no lance. Logo o ritmo frenético caiu e a partida ficou mais equilibrada, mas o Santos voltou a assustar: aos 18min, Léo aproveitou "cochilo" de Xandão, invadiu a área pela esquerda e bateu forte, para nova defesa de Rogério.

Com a equipe alvinegra pressionando bem a saída do São Paulo e o time tricolor marcando forte com Casemiro, Juan e Carlinhos Paraíba no meio, a partida esfriou no meio do primeiro tempo. Neymar tentava encontrar espaço invertendo de lado com Zé Eduardo e aparecendo pela direita, mas os dois atacantes santistas tinham atuações muito apagadas.

Aos 30min, os anfitriões "acordaram". Primeiro, Dagoberto fez ótima jogada individual e chutou para grande defesa de Rafael; depois, o goleiro santista fez milagre ao salvar batida de Ilsinho na pequena área. Em seguida, Jean escapou pela direita após passe de Marlos e finalizou mal, para fora.

Muricy Ramalho surpreendeu e mudou o sistema do Santos no intervalo, sacando Zé Eduardo para a entrada do zagueiro Bruno Aguiar. Com isso, o time alvinegro adiantou os laterais Léo e Jonathan para o meio de campo e deixou Neymar isolado na frente. O time pareceu confuso no início do segundo tempo com a nova formação, e Neymar muitas vezes recebia a bola sozinho contra três ou quatro marcadores.

Melhor na segunda etapa, o São Paulo chegou pela primeira vez aos 11min. Dagoberto deu bom passe para Jean na entrada da área, mas o camisa 2 voltou a errar o alvo na hora de finalizar. No lance seguinte, foi Carlinhos Paraíba quem arrumou espaço na intermediária e arriscou de longe, mas a bola subiu demais novamente.

Aos poucos, os meias santistas passaram a entrar mais na área para não deixar Neymar isolado. E foi em um lance assim que saiu o primeiro gol do clássico. Aos 15min, Neymar recebeu na esquerda e tentou passe para Ganso na área; ele ganhou dividida com Miranda, levantou a cabeça e cruzou na medida para Elano, que escorou no contrapé de Rogério Ceni e balançou as redes.

Carpegiani respondeu ao gol santista com a entrada de Fernandão no lugar de Casemiro, deixando o São Paulo com quatro jogadores ofensivos e apenas Jean e Carlinhos Paraíba marcando no meio. Pouco depois, Marlos deu lugar a Rivaldo. O time tricolor ganhou força ofensiva com as mexidas e passou a ameaçar; porém, do outro lado, Ganso ganhou mais espaço sem a presença de Casemiro à frente da zaga.

E foi Ganso quem decidiu a partida, aos 28min. Em contra-ataque, ele lançou Neymar, que disparou em velocidade, escapou de duas faltas, parou na frente da marcação e rolou para o meio da área; o próprio camisa 10 do Santos veio de trás totalmente desmarcado e bateu de primeira para fazer 2 a 0.

O São Paulo se lançou à frente nos minutos finais e contou com a criatividade de Rivaldo para criar boas chances, mas não conseguiu o gol. O Santos ainda teve a chance de "matar" a partida em contra-ataque puxado por Neymar; o atacante saiu na cara de Rogério Ceni, mas bateu mal e mandou por cima da meta.

FICHA TÉCNICA

Santos     2   X   0     São Paulo

Gols

Santos: Elano, aos 15min, e Ganso, aos 28min do 2º tempo

São Paulo

Rogério Ceni; Xandão, Alex Silva, Miranda e Juan; Jean, Casemiro (Fernandão) e Carlinhos Paraíba; Ilsinho (Willian José), Dagoberto e Marlos (Rivaldo). Técnico: Paulo César Carpegiani

Santos

Rafael; Jonathan, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro); Danilo, Arouca e Elano (Adriano); Ganso; Zé Eduardo (Bruno Aguiar) e Neymar. Técnico: Muricy Ramalho

Estádio do Morumbi, São Paulo (SP)

E QUEM VENCE O CLÁSSICO HOJE: SANTOS OU SÃO PAULO?


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CONTRA O MULTICAMPEÃO MURICY, CARPEGIANI BUSCA PRIMEIRA DECISÃO

Na primeira passagem pelo São Paulo, atual treinador não chegou a nenhuma final; rival foi tri pelo clube

Paulo César Carpegiani terá neste sábado o maior desafio dos seis meses de sua segunda passagem pelo São Paulo. No clássico contra o Santos, o treinador busca chegar à sua primeira decisão pelo clube do Morumbi, um feito que não alcançou no primeiro período no clube, em 1999. Para completar, no banco rival estará justamente o principal responsável pelos últimos títulos são-paulinos.

Nos três anos e meio que comandou o São Paulo, Muricy Ramalho, assim como Carpegiani, fracassou em todas as competições eliminatórias que disputou. Contudo, conquistou o tricampeonato brasileiro consecutivo entre 2006 e 2008. O atual comandante são-paulino sabe que encerrar o jejum que dura desde a ‘era Muricy’ é o passo fundamental para escrever seu nome na história do clube.

“O que marca a passagem de um treinador pelo clube são os títulos. Então, o que posso dizer é que estou tendo a segunda chance no São Paulo e espero marcar isso com títulos”, afirmou Carpegiani, que em 1999 falhou cinco vezes nesse objetivo, apesar das ótimas campanhas obtidas.
 
Foto: AE

Carpegiani tem a chance de superar sua primeira passagem pelo São Paulo, em 1999, e chegar à primeira decisão no comando do clube

Naquele ano, o São Paulo começou se classificando no torneio Rio-São Paulo como o melhor time do grupo 2, mas acabou eliminado pelo Vasco nas semifinais. No Campeonato Paulista, a situação foi semelhante. A melhor campanha do grupo e do torneio na fase de classificação foi abalada por uma desclassificação nas semifinais diante do Corinthians, com direito a uma sonora goleada por 4 a 0 no jogo de ida.

Ainda no primeiro semestre, outra eliminação prematura aconteceu na Copa do Brasil, quando o São Paulo caiu diante do Botafogo nas oitavas de final. Pela extinta Copa Mercosul, a pior campanha do ano, com eliminação ainda na fase de grupos. Para finalizar, no Brasileirão o time obteve a quinta melhor campanha e avançou à fase eliminatória depois de cinco anos, mas acabou eliminado mais uma vez pelo Corinthians, mais uma vez nas semifinais.

A primeira parte da “rotina” de 1999 Carpegiani já conseguiu repetir, levando o São Paulo à melhor campanha da primeira fase do Estadual. Resta agora mostrar, contra o Santos, que ele é capaz de mudar o final da história. No clássico, além do reencontro do time do Morumbi com seu ex-treinador, outros duelos colocarão frente a frente a experiência de Rogério Ceni contra a juventude do camisa 1 santista, Rafael, e, no meio de campo, os coadjuvantes de Neymar e Lucas na seleção sub 20.

MURICY VÊ PRESSÃO POR TÍTULO ESTADUAL E NÃO FALA EM PRIORIZAR A LIBERTADORES

Muricy diz que seus jogadores estão no limite

O técnico Muricy Ramalho, do Santos, já avisa que seus jogadores estão no limite. Tanto que até cogita a possibilidade de poupar alguns titulares do confronto semifinal do Paulistão, contra o São Paulo, neste sábado, às 16h (horário de Brasília), no Morumbi. Na terça-feira que vem, o time enfrenta o América-MEX, em Querétaro, a 220 km da Cidade do México, pelas oitavas de final da Taça Libertadores. A delegação viaja neste domingo.

(Foto: Ricardo Saibun / Site Oficial do Santos)

Segundo Muricy, no entanto, a decisão de poupar ou não jogadores leva em conta apenas a questão física. Assegura que não está priorizando a Libertadores.

- Eu sempre acho difícil falar sobre esse tema, se tenho ou não preferência por uma ou outra competição. É complicado. Time grande não pode pensar dessa maneira. A cobrança é sempre para se ganhar tudo. O estadual pode não ser importante para quem ganha, mas quem perde sofre crítica, é pressionado - explica.

'Paulistão só não é importante para quem ganha. Quem perde sofre', afirma

O treinador afirma que a decisão de se priorizar uma competição precisa ser tomada pela diretoria e não apenas pelo comandante da comissão técnica. Experiente, ele já viveu esse tipo de situação em outros clubes, principalmente no São Paulo. Foram três anos e meio disputando, simultaneamente, Campeonato Paulista e Taça Libertadores. Ele revela que, em determinados momentos, chegou a procurar o presidente do clube tricolor, Juvenal Juvêncio.

- Quando havia competições paralelas, fases decisivas, e eu sentia que o jogador estava para estourar, eu me dirigia ao presidente e perguntava se o clube tinha alguma estratéria, alguma prioridade. Eles sempre me deram liberdade para decidir. Eu acho que não é o caso do Santos, pois estou chegando agora - diz.