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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

TROCARAM 10 POR 5

Por Jair Julio Mariano

Existe um ditado popular que diz “trocou 6 por meia dúzia”, esse ditado é usado quando não é visto um ganho significativo numa troca, no futebol brasileiro foi feita uma troca que além de não existir ganho ainda trouxe um prejuízo irreparável, trocaram o 10 pelo 5. Sempre tivemos brilhantes camisas 10, ou até jogadores que não usavam esse número, mas faziam a função com maestria. Tivemos Pelé, Zico, Rivelino, Roberto Dinamite, Sócrates, entre muitos e muitos outros. Acreditem o Brasil já foi um celeiro tão grande de camisas 10 que o admirável Ademir da Guia não teve espaço na seleção brasileira. O nosso futebol já teve talentos aos montes numa mesma época, vejam as nossas seleções de 70 e 82, por exemplo, quantos craques tinham nesses dois times? Muitos e em todas as posições! Porque sumiram nossos craques da meia esquerda e direita? Simples, “modernizaram” o nosso futebol, resolveram copiar os europeus. Na vida, nas empresas modernizar significa melhorar, no futebol foi o contrário, acabaram com o gol, os times estão postados no esquema 1 – 10, um no gol e dez na defesa, todos tem que marcar o adversário, mas quase ninguém precisa marcar o gol. Há quanto tempo não víamos um jogo como foi o último Flamengo X Santos? Jogo aberto, com dois times no ataque, graças a Neymar e a Wanderley Luxemburgo que é um dos raros treinadores que ainda acreditam no futebol espetáculo. Não temos mais revelações com a camisa dez, o Ganso que surgiu como novo Zidane até agora só chegou a novo Valdívia de tanto que se contunde, porém jogadores de camisa 5 aparecem todos os dias, é o futebol dos volantes, quanto mais marcador melhor. Nós amantes do futebol, que não conseguimos deixar de acompanhá-lo somos obrigados a ver jogos sempre com os mesmos 1 x1 ou 2 x1. Os maiores responsáveis por essa monotonia em que está se tornando nosso esporte favorito são considerados grandes treinadores, Carlos Alberto Parreira, Felipão, Mano Menezes, etc., Treinadores vitoriosos com times retrancados e que infelizmente fazem escola, tornaram o jogo tão tático que está parecendo pebolim, o movimento é só lateral, não precisa ir pra frente. Gostaria muito que os treinadores das categorias de base incentivassem os meninos do meio campo a tocarem a bola de calcanhar, chapelar, meter a bola na caneta dos adversários e partir em direção ao gol, mas com certeza o que vou ver amanhã é a revelação de mais um camisa 5.

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