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sábado, 7 de agosto de 2010

RICARDO GOMES, DESDE A TARDE DE ONTEM, ESTÁ FORA DO SÃO PAULO

A DIRETORIA DO SÃO PAULO RENDEU-SE AOS APELOS DA TORCIDA E DISPENSOU RICARDO GOMES

"Nós temos outros canais de comunicação, e não se trata da imprensa, que nos indicavam a insatisfação do torcedor com o Ricardo Gomes. Ele deixou aqui uma imagem muito positiva. Mas a questão não é tão simples. Precisávamos de resultados para manter a situação, e eles não vieram. Temos de fazer alguma coisa para tentar conquistar os títulos que a torcida deseja." - disse o vice-presidente Carlos Augusto de Barros e Silva.

A voz das arquibancadas, que a cúpula são-paulina nem sempre costuma dar ouvidos, deixou os dirigentes numa situação delicada. Não há um nome de consenso na direção do clube. As opções de fácil acesso no mercado não convencem a todos os cartolas. Já treinadores que agradam têm contratos em vigor e multas rescisórias pesadas.

Ricardo Gomes deixou o São Paulo oficialmente nesta sexta-feira, mas sua queda teve início ainda no primeiro semestre, após a eliminação para o Santos no Campeonato Paulista.

A campanha na Libertadores e as vitórias convincentes sobre o Cruzeiro fizeram com que o presidente Juvenal Juvêncio, sem convicção, descartasse a troca. Mas a todo momento nomes eram sugeridos ao dirigente para treinar o São Paulo depois da Copa do Mundo.

A procura oficial por um técnico teve início também nesta sexta, mas já ocorre há meses. E, mesmo assim, não parece ter data para terminar.

Embora nomes novos estejam sempre na pauta, Juvenal também não quer outra aposta na linha do último comandante. O presidente apreciou o trabalho de Sérgio Baresi no título tricolor na Copa São Paulo de Juniores e gostaria de ver mais jogadores da base na equipe principal, mas teme ser o momento errado para promover o treinador.

Mais importante do que o nome é o perfil do próximo treinador. Ricardo Gomes é considerado bom profissional, mas sem pulso, “bonzinho” demais para comandar jogadores problemáticos como Dagoberto e Cleber Santana. Por isso, o sucessor será menos elegante.

MARADONA???

A carta na manga era Dunga, que foi demitido da Seleção após a eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo. Porém, a rejeição dos tricolores levou Juvenal a repensar.

Outra hipótese é um técnico estrangeiro. Jorge Fossati, Carlos Bianchi e Oscar Tabarez, quarto colocado com o Uruguai na Copa, foram citados. Nada de Maradona!

"É difícil porque o São Paulo é dirigido por homens do futebol, não do marketing!" - afirmou Leco.

Sobraram nomes com pouca bagagem, mas com identificação com o São Paulo. Leonardo, que começou a carreira no Milan na temporada passada, Silas - fez boa temporada no Avaí e está em crise no Grêmio - e até Toninho Cerezo, que atualmente treina o Sport. A falta de consenso emperra as negociações, além das multas rescisórias dos técnicos empregados. Leonardo espera um convite para ser coordenador da seleção brasileira.

"Na realidade, pode ser qualquer um. Não temos negociação encaminhada com nenhum profissional", diz o vice-presidente são-paulino.

Sobrou para Milton Cruz. O São Paulo vai demorar para encontrar uma solução. Mas ainda precisa se recuperar no Campeonato Brasileiro, em que ocupa apenas a 9.ª colocação, mas só três pontos à frente do 17.º. O encarregado de comandar a equipe amanhã, na Arena da Baixada, diante do Atlético-PR, é Milton Cruz. "O São Paulo tem bom plantel, provou isso contra o Inter", garante o otimista auxiliar.

CARREIRA AMEAÇADA

A DISCUSSÃO ENTRE MÉDICOS EUROPEUS E RUNCO

"KAKÁ CORREU RISCOS DURANTE O MUNDIAL"

A artroscopia pela qual passou Kaká na quinta-feira, na Bélgica, se transformou em polêmica ontem. O médico responsável pela cirurgia, Marc Martens, e sua assistente, Kristel Dereyke, afirmaram que o jogador não deveria ter jogado a Copa da África. E foram além ao dizer que Kaká correu risco de ter a carreira encerrada. "A situação esteve por um fio", observou Dereyke.


O meia da seleção e do Real Madrid deixou o hospital ontem. A previsão é de que a recuperação da cirurgia na cartilagem do joelho esquerdo o deixe longe do futebol por até quatro meses. Na capital espanhola, o atleta seguirá a recomendação de repouso absoluto para, depois, submeter-se a intensa rotina de sessões de fisioterapia. Kaká não foi autorizado a viajar para o Brasil.

RUNCO: "ELE NÃO JOGOU NO SACRIFÍCIO" 

As afirmações dos integrantes da equipe médica belga provocaram desconforto ao médico da seleção brasileira, José Luiz Runco, que acompanhou o atleta na campanha brasileira no Mundial. "Ou foi uma colocação exagerada do colega ou ele quer tirar proveito de estar operando alguém como Kaká. Não sei se ele (Martens) está acostumado com isso", afirmou Runco. "O Kaká não jogou na sua normalidade, até porque estava havia três meses sem jogar e tivemos só duas semanas para realizar trabalho específico com o jogador. Ele nunca esteve em suas condições ideais, e isso não foi negado."

O médico da seleção brasileira e do Flamengo, José Luiz Runco, foi irônico, questionou as intenções de Martens e garantiu que Kaká tinha condições de disputar o Mundial. "Só se foi na Bélgica, porque no Brasil ele com certeza não colocou (a carreira em risco)".

"Em momento algum Kaká colocou a carreira em risco. Ele chegou com um problema grave no quadril e no púbis, mas fizemos um grande trabalho com o procedimento mais moderno possível. O Kaká sempre foi um grande parceiro, tenho certeza que nem ele concorda com essa afirmação", garantiu o médico brasileiro.

Sobre as condições de Kaká na Copa, Runco reconheceu que o jogador não estava 100% e contou que até mesmo o corte do meia chegou a ser cogitado. Ponderou, no entanto, que o problema no joelho nunca foi uma grande preocupação dos médicos ou mesmo do jogador. "Tivemos uma conversa durante um treinamento quando ele ainda sentia o púbis. Conversamos sobre o corte, que isso ocorreria se ele não melhorasse. Mas ele se dedicou, declarou que estava feliz em estar evoluindo, que estava solto".

Runco ainda atacou Martens e questionou sua intenções. "É preciso ter cuidado com o que se fala, com a ética médica", opinou o brasileiro.


FONTE: estadão.com.br