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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

ALEMANHA DOMINA BRASIL, QUE VIRA FREGUÊS DE GRANDES NA ERA MANO

ALEMANHA     3   X   2     BRASIL

Neymar deixou sua marca na derrota da Seleção para a Alemanha

Foto: Reuters

Vinte e quatro dias depois da eliminação traumática na Copa América, a Seleção Brasileira reviveu fantasmas nesta quarta-feira e continua devendo uma atuação convincente na era Mano Menezes. Pior que isso. O time foi sufocado em grande parte do jogo, perdeu por 3 a 2 para a Alemanha no Mercedes-Benz Arenas, em Stuttgart, e segue sem vitória contra uma seleção de ponta.

Schweinsteiger, depois de pênalti polêmico cometido por Lúcio, e Götze abriram 2 a 0 para os alemães no segundo tempo. Robinho encerrou jejum de mais de um ano e descontou de pênalti (não marcava desde a eliminação para a Holanda na Copa do Mundo de 2010), mas não evitou a terceira derrota brasileira com Mano Menezes. Schurrle ampliou em erro bizarro de André Santos, e Neymar encerrou o placar aos 46min.

As outras duas derrotas foram para outros gigantes do futebol mundial, França e Argentina. Contra a Holanda, o País apenas empatou e no único jogo decisivo, contra o Paraguai, fracassou nos pênaltis de forma vergonhosa com quatro erros. A Seleção tem apenas seis vitórias em 13 jogos com Mano.

Nesta quarta, o Brasil já entrou em campo temendo o pior. Em pior forma física, na casa do adversário e contra um time já formado e consistente, Mano optou pela saída de Ganso e a entrada de Fernandinho para fechar mais o meio-campo. Não adiantou e a Alemanha teve total controle da posse de bola (58%, além de ter dado 15 chutes ao gol), pressionou em grande parte do jogo e sempre esteve acima do Brasil.

Não bastasse isso, a Seleção repetiu erros vistos na Copa América. No maior deles, a falta de poder de fogo no ataque. Em dois lances em que saiu na cara do gol, Alexandre Pato mostrou preciosismo parecido com o do torneio continental. No primeiro demorou a chutar. No segundo, tentou encobrir o goleiro. Nos dois lances esporádicos o jogo ainda estava 0 a 0.

Senhora do jogo, a Alemanha teve nos meio-campistas Götze e Schweinsteiger os destaques. Neymar, que passou a noite febril por conta de uma inflamação de garganta, apareceu pouco e levou perigo em oportunidades dispersas. Ganso entrou no segundo tempo quando o jogo já estava 2 a 0.

Para conseguir a recuperação, a Seleção ainda depende de confirmação de amistosos para os dias 2 e 6 de setembro. Depois enfrentará duas vezes a Argentina pela Copa Roca com jogadores que atuam só no País e pegará o México em outubro.

O jogo

O Brasil tomou sufoco nos primeiros 10 minutos em Stuttgart. Mano trancou mais o time em relação à Copa América, com Fernandinho fechando o meio-campo pela direita, Ramires pela esquerda e Ralf centralizado. E a Alemanha foi para cima, encurralou e quase abriu o placar aos 4min, quando Götze recebeu no peito, livre, ajeitou e chutou para boa defesa de Júlio César.

Perdido, o Brasil apostava apenas no contra-ataque. Neymar e Alexandre Pato saíam em velocidade a cada retomada de bola à espera de um lançamento longo ou de trocas de passe produtivas. Foi o que aconteceu aos 11min, quando Pato recebeu livre depois de boa triangulação no ataque, mas em vez de chutar, segurou e foi desarmado.

O domínio alemão continuou durante toda a primeira etapa. Foram 66% de posse de bola, nove finalizações e apenas sustos esporádicos em contra-ataques brasileiros. Porém, o sistema defensivo recuperou-se da pressão inicial e teve uma atuação segura, com Ralf bem na cabeça de área.

A Alemanha encontrava espaço principalmente pelos lados, nas costas de Daniel Alves e André Santos. Os dois jogadores voltaram de férias há pouco tempo e faziam a estreia na temporada. No ataque, Neymar, que durante a última noite teve febre por conta de uma inflamação na garganta, era o mais perigoso, mas em sua melhor chance, já aos 44min, chutou cruzado para fora.

Surpresa de Mano, Fernandinho esteve discreto em campo. Foi notado apenas aos 30min, quando deu um carrinho forte em Götze. Recebeu apenas uma advertência verbal, embora a jogada tenha sido passível de um amarelo.

A dificuldade do jogo fez com que o Brasil fosse ao vestiário comemorando o 0 a 0. A impressão era de que o time de branco era formado por jogadores em plena forma, enquanto os de amarelo não conseguiam acompanhar o ritmo. Muitos do Brasil voltam de férias, enquanto na Alemanha a pré-temporada já acabou.

Segundo tempo

O Brasil voltou mais esperto do intervalo, ainda que tivesse no contra-ataque a principal arma. A equipe de Mano Menezes manteve a mesma escalação, enquanto a Alemanha mudou o ataque e retornou com Schurrle e Klose nos lugares de Podoski e Gomez.

Logo no primeiro minuto, Ramires roubou bola na entrada da área e acionou Fernandinho no meio-campo. O meia achou Alexandre Pato na direita, que tentou toque por cobertura e viu a bola sair pela linha de fundo. A resposta alemã saiu em chute à distância de Lahm aos 7min, que bateu no ombro de Júlio César e assustou a torcida brasileira.

O placar foi, enfim, alterado a partir de um pênalti polêmico. Aos 13min, Klose tocou de calcanhar para Götze, que passou para Kroos na área. Lúcio chegou estabanado na marcação do alemão e o árbitro húngaro Viktor Kassai assinalou a falta. Schweinsteiger foi o responsável por cobrar a penalidade no canto direito de Júlio César, que saltou para o outro lado.

O gol desanimou a Seleção Brasileira, que deixou de atacar com a mesma intensidade. Para esfriar de vez o ânimo da equipe visitante, a Alemanha ampliou assim que Mano Menezes chamou Paulo Henrique Ganso. Kroos tabelou com Klose e lançou Götze entre os zagueiros, que driblou Júlio César e tocou para o fundo do gol.

A sorte do Brasil mudou aos 25min com novo pênalti suspeito. Daniel Alves invadiu a área e foi desarmado por Lahm, mas o juiz viu infração. Robinho, que não participou da já histórica decisão de pênaltis contra o Paraguai nas quartas de final da Copa América (em que a Seleção perdeu todas as quatro cobranças), finalizou com estilo para descontar.

Qualquer tentativa de reação por conta da Seleção caiu por terra aos 34min. A bola sobrou na esquerda da área para André Santos e, pressionado por Schweinsteiger, o lateral falhou e viu o meio-campista tocar para Schurrle marcar o terceiro gol alemão em Stuttgart.

Já nos acréscimos, com as equipes jogando com calma, Neymar garantiu seu gol. O garoto do Santos aproveitou sobra de jogada de Ganso, cortou a marcação e chutou forte no canto direito de Neuer.