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terça-feira, 21 de junho de 2011

QUASE MEIO SÉCULO DEPOIS, GANSO REVIVE HISTÓRIA DO MAIS FAMOSO 10 DO MUNDO

Quando Paulo Henrique Ganso pisar no gramado do Pacaembu na quarta-feira, para o segundo jogo da decisão da Libertadores da América, entre Santos e Peñarol, a história do futebol registrará uma feliz coincidência. Uma daquelas voltas do destino que alimentam superstições e aguçam a imaginação do torcedor.

O camisa 10 santista estará de volta após um longo afastamento por lesão. Ganso terá corrido contra o tempo, desafiado prognósticos, tudo para participar da partida decisiva contra o Peñarol. Tudo para dar ao Santos o título de melhor time da América.

A saga de Ganso não é inédita. Longe disso, é a repetição da história do mais bem-sucedido jogador de todos os tempos. Uma história que sempre será lembrada.

Assim como aconteceu com Ganso nas últimas semanas, Pelé viveu um drama na primeira decisão de Libertadores da qual o Santos participou, em 1962. O rival também era o Peñarol. E Pelé perdeu não apenas uma, mas duas partidas da finalíssima.
Crédito da imagem: Agência Estado

Pelé e Ganso: a camisa 10 santista pode fazer a diferença na decisão

O Rei havia lesionado a virilha no dia 2 de junho, durante a segunda partida da seleção brasileira na Copa do Mundo, diante da Checoslováquia. Machucado durante todo o Mundial, ele assistiu do banco à conquista do bi. E, quando voltou ao Santos, deu início ao tratamento para retornar a tempo de disputar os duelos decisivos da Libertadores.

No primeiro jogo, em 28 de julho, Pelé não tinha a menor chance de ir a campo. Mas o Santos venceu o Peñarol por 2 a 1 em pleno Estádio Centenário, com dois gols de Coutinho.

A presença de Pelé na segunda partida foi incerta até as vésperas do duelo, no dia 2 de agosto. Mas, mais uma vez, o camisa 10 não pôde ir a campo. Era, possivelmente, o último jogo da competição. O Rei não apareceria nem mesmo na foto do time campeão.

Mas quis o destino que Pelé tivesse um papel fundamental naquele título. Bastava ao Santos um empate na Vila Belmiro. Porém, em um dos jogos mais polêmicos da história da Libertadores, o Peñarol acabou vencendo por 3 a 2, forçando um terceiro confronto, desta vez em campo neutro, dali a quase um mês.

Era o tempo de que Pelé precisava para se recuperar.

Enquanto as duas equipes esperavam pelo dia 30 de agosto, data da finalíssima, Pelé voltava a brilhar. O camisa 10 voltou ao time no dia 5, marcando um dos gols da vitória por 2 a 0 sobre a Prudentina. Depois, ainda participaria de um novo 2 a 0 sobre o Juventus, e disputaria outros três jogos - contra Palmeiras, Jabaquara e Guarani - marcando cinco gols.

Pelé chegou ao terceiro jogo da final já em forma, com ritmo de jogo e com sede de vingar a polêmica derrota na Vila Belmiro. Não deu outra: com dois gols do Rei, o Santos venceu por 3 a 0, conquistando a América pela primeira vez.

Na quarta-feira, Ganso voltará aos gramados após quase um mês e meio afastado. Ele sofreu uma lesão muscular na coxa direitsa no dia 8 de maio, contra o Corinthians, pela decisão do Campeonato Paulista.

O novo 10 santista ainda deverá sentir o ritmo da partida, uma das consequências do afastamento. Mas está liberado pelo departamento médico para jogar durante todo o jogo.

Ganso não é Pelé. Mas, durante a ausência de seu principal articulador de jogadas, o clube da Vila Belmiro não encontrou um substituto à altura. Como há 49 anos, o clube pode ter o camisa 10 como principal arma para o jogo do título.

COPA AMÉRICA 2011: VOLANTE VÊ "PESO" DA SELEÇÃO COMO ANTÍDOTO AO FAVORITISMO ARGENTINO

O volante Sandro admitiu o favoritismo da Argentina, mas afirmou que o Brasil fará frente aos donos da casa

Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

Com o melhor do mundo confirmado com a camisa 10 (Lionel Messi) e a vantagem de jogar em casa, a Argentina lida com um favoritismo para a Copa América apesar de o Brasil ser o atual bicampeão o torneio. E justamente por este motivo o volante Sandro acredita que a Seleção tem chances iguais de levantar o troféu.

"A Argentina é a favorita, jogando em casa e com o time que eles têm. Mas a Seleção Brasileira tem um peso de ser a Seleção que venceu os últimos dois (2007 e 2004). Estamos preparados para o que vier. Aqui no Brasil sempre estamos preparados", disse.

O Brasil derrotou a Argentina nas decisões das últimas duas Copas América e aumentou o jejum dos rivais na competição. O último título veio em 1993, mas, mesmo assim, os argentinos continuam como maiores vencedores do torneio continental, com 14 conquistas.

O histórico recente em parte explica a enxurrada de perguntas sobre a Argentina recebidas pelos brasileiros na apresentação na última segunda-feira. Porém, em campo, a melhor seleção sul-americana da última Copa do Mundo foi o Uruguai, quarto colocado, enquanto os dois "favoritos" ficaram nas quartas.

"É inevitável pensar justamente na Argentina, mas o Uruguai chega forte também. Se vier a acontecer o confronto (contra os argentinos), vamos estar preparados", disse Thiago Silva, lembrando que os uruguaios mantiveram a base da Copa do Mundo.

Se Brasil, Argentina e Uruguai confirmarem o favoritismo na primeira fase e terminarem em primeiro de seus respectivos grupos, brasileiros e uruguaios se enfrentarão na semifinal. Na última Copa América, o confronto ocorreu na mesma fase e foi vencido pelo Brasil nos pênaltis.

JOBSON VIVE MOMENTO DE TENSÃO EM JULGAMENTO NA SUÍÇA

Punição a Jobson por uso de drogas pode chegar a banimento do futebol

Foto: Agência Lance

Esta terça-feira pode ser o dia mais importante da carreira do atacante Jobson, do Bahia. O jogador, um dos destaques do time na temporada, está sendo julgado pela Corte Arbitral do Esporte (CAS), em Lausanne, na Suíça. O tribunal, uma organização internacional que julga causas esportivas, analisa o doping do atleta durante o Campeonato Brasileiro em 2009, quando o jogador admitiu ter usado crack.

O julgamento começou às 9h, horário da Suíça, 4h no horário de Brasília, e está previsto para terminar só às 12h. Caso seja condenado, Jobson poderá ser banido do esporte, por ser reincidente na infração. Resultado contrário, a pena pode variar de seis meses a dois anos, a depender do entendimento do tribunal. O resultado sai dentro de 60 dias. O jogador será reapresentado ao Bahia na quarta-feira, e pode atuar normalmente, enquanto não é divulgada a posição final do tribunal.

"Estou um pouco tenso para saber o resultado, mas estou feliz e confiante" disse Jobson, na última sexta-feira, antes de embarque para o Rio de Janeiro, onde enfrentou o Fluminense, no último sábado. "Espero sair vitorioso no tribunal", almejou o atacante, 21 anos.

O julgamento

Três juristas irão definir o futuro de Jobson. Para isentar o jogador da culpa, a defesa do atacante aposta no argumento de que se o jogador for afastado do futebol, a situação pode se agravar, pois o atleta poderá usar drogas constantemente.

Ainda de acordo com a defesa, é possível utilizar como uma das justificativas para que o atacante não seja punido, o fato de ser artilheiro do Bahia, com três gols, pelo Campeonato Brasileiro, e a apresentação dos exames de sangue semanais do atleta, como prova de que ele está livre das drogas.

O argumento da defesa também pode se basear em pontos que afirmem que o crack é considerado uma droga da sociedade e não do esporte. Logo, o uso da substância não provoca ganho na atuação do jogador dentro de campo, o que demonstra que não houve deslealdade esportiva. Jobson está na Suíça com quatro advogados, além de médico e psicóloga do Botafogo, equipe detentora de seu passe.

Entenda o caso

Jobson veio para o Bahia emprestado pelo Botafogo. Ainda no time carioca, em novembro de 2009, pelo Campeonato Brasileiro da Série A, o atacante foi flagrado no exame antidoping no jogo entre Botafogo e Coritiba. Em dezembro daquele ano, em partida disputada contra o Palmeiras, o jogador foi pego novamente no exame. Devido a isso, o atleta foi parar no banco dos réus no início de 2010, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Brasil (STJD).

Na ocasião, Jobson admitiu o uso de crack. O jogador foi punido por dois anos de suspensão, pena que foi reduzida para seis meses, após um novo julgamento. No entanto, a Agência Mundial Antidoping (Wada, com sigla em inglês), junto com a Corte Arbitral do Esporte (CAS), não concordaram com a sentença, pois, segundo eles, o código antidoping determina que a pena para infratores que usam substâncias proibidas no esporte é de dois anos.

CORINTHIANS TOMA CUIDADO PARA IMPEDIR "SEGUNDO" GOL100 DE CENI

Nas contas do goleiro, gol 100 foi contra o Corinthians. Agora, ele pode fazer o feito segundo dados da Fifa

Foto: Fernando Borges/Terra

Rogério Ceni tem 101 gols, segundo sua conta, mas a Fifa desconsidera dois deles, anotados em amistosos. O goleiro, que marcou o centésimo sobre o Corinthians, no Campeonato Paulista deste ano, agora tem a chance de ratificar o feito também no cálculo da entidade máxima do futebol, de novo em cima do rival, já que os times duelam neste domingo, às 16h (de Brasília), no Pacaembu, em jogo do Campeonato Brasileiro.

Para evitar novas provocações da torcida são-paulina, mas, antes disso, evitar ser vazado de qualquer maneira, o Corinthians repete o alerta que não funcionou daquela vez: evitar cometer faltas próximas à área ou pênaltis, especialidades do principal goleiro-artilheiro da história.

"Ele tem qualidade muito grande para bater falta, mas não temos que ficar nos preocupando porque temos um grande goleiro (Julio Cesar), que está vivendo um momento muito bom. É só não dar bobeira e ficar fazendo falta beirando a entrada da área", ensinou o atacante corintiano Willian.

Na ocasião do centésimo gol de Ceni, em 27 de março, o departamento de marketing do São Paulo havia preparado grande festa antecipadamente. Quando ele converteu falta pelo lado esquerdo do campo, uma queima de fogos foi iniciada com o jogo em andamento e durou cerca de cinco minutos. Logo depois, ele recebeu um uniforme com o número 100 nas costas.

Vítima do feito, o goleiro Julio Cesar disse depois da partida que não ficou incomodado com o ocorrido, mas sim com a derrota por 2 a 1. Willian também participou daquela partida, tendo entrado no lugar de Jorge Henrique, porém assegura que o revés ficou para trás.

"Aquela derrota pode criar euforia para o torcedor, mas a gente tem que estar tranquilo, é passado. Infelizmente não conseguimos a vitória naquela situação, mas é outro momento. Sabemos a dificuldade que vai ser e temos que entrar para vencer", projeta o atacante.