Quando Paulo Henrique Ganso pisar no gramado do Pacaembu na quarta-feira, para o segundo jogo da decisão da Libertadores da América, entre Santos e Peñarol, a história do futebol registrará uma feliz coincidência. Uma daquelas voltas do destino que alimentam superstições e aguçam a imaginação do torcedor.
O camisa 10 santista estará de volta após um longo afastamento por lesão. Ganso terá corrido contra o tempo, desafiado prognósticos, tudo para participar da partida decisiva contra o Peñarol. Tudo para dar ao Santos o título de melhor time da América.
A saga de Ganso não é inédita. Longe disso, é a repetição da história do mais bem-sucedido jogador de todos os tempos. Uma história que sempre será lembrada.
Assim como aconteceu com Ganso nas últimas semanas, Pelé viveu um drama na primeira decisão de Libertadores da qual o Santos participou, em 1962. O rival também era o Peñarol. E Pelé perdeu não apenas uma, mas duas partidas da finalíssima.
Crédito da imagem: Agência Estado
Pelé e Ganso: a camisa 10 santista pode fazer a diferença na decisão
Pelé e Ganso: a camisa 10 santista pode fazer a diferença na decisão
O Rei havia lesionado a virilha no dia 2 de junho, durante a segunda partida da seleção brasileira na Copa do Mundo, diante da Checoslováquia. Machucado durante todo o Mundial, ele assistiu do banco à conquista do bi. E, quando voltou ao Santos, deu início ao tratamento para retornar a tempo de disputar os duelos decisivos da Libertadores.
No primeiro jogo, em 28 de julho, Pelé não tinha a menor chance de ir a campo. Mas o Santos venceu o Peñarol por 2 a 1 em pleno Estádio Centenário, com dois gols de Coutinho.
A presença de Pelé na segunda partida foi incerta até as vésperas do duelo, no dia 2 de agosto. Mas, mais uma vez, o camisa 10 não pôde ir a campo. Era, possivelmente, o último jogo da competição. O Rei não apareceria nem mesmo na foto do time campeão.
Mas quis o destino que Pelé tivesse um papel fundamental naquele título. Bastava ao Santos um empate na Vila Belmiro. Porém, em um dos jogos mais polêmicos da história da Libertadores, o Peñarol acabou vencendo por 3 a 2, forçando um terceiro confronto, desta vez em campo neutro, dali a quase um mês.
Era o tempo de que Pelé precisava para se recuperar.
Enquanto as duas equipes esperavam pelo dia 30 de agosto, data da finalíssima, Pelé voltava a brilhar. O camisa 10 voltou ao time no dia 5, marcando um dos gols da vitória por 2 a 0 sobre a Prudentina. Depois, ainda participaria de um novo 2 a 0 sobre o Juventus, e disputaria outros três jogos - contra Palmeiras, Jabaquara e Guarani - marcando cinco gols.
Pelé chegou ao terceiro jogo da final já em forma, com ritmo de jogo e com sede de vingar a polêmica derrota na Vila Belmiro. Não deu outra: com dois gols do Rei, o Santos venceu por 3 a 0, conquistando a América pela primeira vez.
Na quarta-feira, Ganso voltará aos gramados após quase um mês e meio afastado. Ele sofreu uma lesão muscular na coxa direitsa no dia 8 de maio, contra o Corinthians, pela decisão do Campeonato Paulista.
O novo 10 santista ainda deverá sentir o ritmo da partida, uma das consequências do afastamento. Mas está liberado pelo departamento médico para jogar durante todo o jogo.
Ganso não é Pelé. Mas, durante a ausência de seu principal articulador de jogadas, o clube da Vila Belmiro não encontrou um substituto à altura. Como há 49 anos, o clube pode ter o camisa 10 como principal arma para o jogo do título.
FONTE: www.ESPN.com.br
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