Enfim, chegou o dia mais esperado para todos os santistas, da nova e velha geração. Há 48 anos com o grito de "campeão" da Copa Libertadores entalado na garganta, os torcedores alvinegros têm nesta quarta-feira a chance de voltar a festejar uma conquista do torneio, a terceira na história do clube. Contudo, a tarefa é árdua: derrotar o tradicional Peñarol-URU, pentacampeão do certame. Os dois times se enfrentam a partir das 21h50 (de Brasília), no Pacaembu.
"É um jogo complicado, difícil para os dois times e, se chegaram até aí, é por mérito. O Peñarol tem camisa, é bem organizado e falar em favoritismo é complicado na Libertadores. É passar um pouco da pressão para o outro time, mas não concordo com isso, os dois são tradicionais e têm chances", declarou o técnico Muricy Ramalho nesta terça, após treino no CT Rei Pelé.
A conquista, tão esperada pelo Santos, que realizou investimentos pesados e montou, inclusive, um grupo de investimentos de nome Terceira Estrela (Teisa) visando fortalecer o projeto em busca do tri, serviria para consagrar de vez a "era Neymar". O camisa 11, ídolo maior de uma geração que já venceu dois Campeonatos Paulistas e uma Copa do Brasil, entretanto, nega a alcunha e divide os holofotes com os companheiros.
"Fico muito feliz de ter alcançado tantas metas tão novo. Só que o meu foco é no grupo, nunca individual. Por isso, se formos campeões não digo que possamos chamar esse período de 'Era Neymar'. Esse é o Santos 2011. Não sou só eu quem vai ganhar se o Santos for campeão. Todos que estão aqui vão ganhar. Estamos focados em fazer o nosso melhor. O Santos está unido para conquistar essa Libertadores", declarou, com modéstia.
A verdade é que, com o protagonista Neymar e "coadjuvantes de luxo", como os meio-campistas Elano e Arouca, os laterais Léo e Danilo e os zagueiros Durval e Edu Dracena, o Santos alcançou sua quarta final de Libertadores e tem a chance de reescrever a história de 2003, quando a geração de Robinho e Diego sucumbiu na busca pelo tri ao ser derrotada na decisão pelo Boca Juniors-ARG.
Em companhia do meia Paulo Henrique Ganso - totalmente recuperado de lesão na coxa direita e que retorna ao time nesta quarta, após seis semanas de ausência -, outro pilar da nova era do futebol na Vila Belmiro, o time alvinegro nem pensa em encontrar oposição no rival desta noite. O clima entre imprensa e torcida nos últimos dias é de euforia, mas o elenco ainda procura adotar cautela, principalmente porque do outro lado encontra-se um adversário tradicional na Libertadores, que conquistou seus cinco títulos atuando longe de seus domínios.
"O Peñarol é finalista porque tem conseguido bons resultados fora de casa. Vamos tentar ganhar o título. É para isso que viemos", afirmou o técnico uruguaio Diego Aguirre, coincidentemente o autor do gol do último título do Peñarol na competição, em 1987. De fato, os uruguaios surpreenderam como visitantes e despacharam, na sequência, Internacional, Universidad Católica-CHI e Vélez Sarsfield-ARG.
Para encarar a retranca uruguaia, o técnico Muricy Ramalho aposta em uma formação mais ofensiva do que a dos últimos jogos santistas. O mais provável é que o treinador mande a campo um quarteto ofensivo formado por Ganso, Elano, Neymar e Zé Eduardo, com Arouca auxiliando o setor criativo no meio de campo e Adriano segurando os avanços do talentoso argentino Martinuccio.
O Peñarol, por sua vez, deve vir ao Pacaembu para esperar as ações ofensivas santistas com cautela. A equipe de Montevidéu marcou gol em todas suas partidas como visitante no mata-mata e surpreendeu seus rivais, que em sua maioria esperavam despachar o clube uruguaio com uma acachapante goleada - foi o que se viu no Beira-Rio quando o Inter abriu 1 a 0, nas oitavas de final, por exemplo, já que não era aguardada uma reação cisplatina depois do intervalo.
"O Peñarol tem um histórico que é muito bom fora de casa, é um time perigosíssimo. Joga fechado, é bastante experiente e isso é importante em um torneio como a Libertadores. Eles tiveram resultados bons fora de casa, passamos isso aos atletas e eles estão conscientes, será uma partida dura. A torcida vai ter que empurrar o tempo todo e vamos respeitar o Peñarol, sem mudar também nossa maneira de jogar", alertou Muricy.
A cobiçada Copa Libertadores terá continuidade nesta quarta-feira e colocará em campo sete títulos, além de uma reedição da decisão de 1962. Na ocasião, o Santos atropelou o forte Peñarol e consagrou-se com a primeira taça continental do futebol brasileiro, primeira também da "era Pelé". Agora, 49 anos depois, é a chance da vingança uruguaia ou de um novo triunfo santista, para quem sabe eternizar a "era Neymar" e cravá-la de vez na história do futebol alvinegro e mundial.
FONTE: www.terra.com.br
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