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domingo, 27 de fevereiro de 2011

CONTERRÂNEOS, FELIPÃO E CARPEGIANI OPÕEM ESTILOS NO CLÁSSICO

                                         OS TÉCNICOS DO CHOQUE-REI

Os técnicos com origem na escola gaúcha da bola alcançaram o ápice no futebol brasileiro, ocupando cargo na seleção brasileira e em alguns dos principais clubes do país. Exemplos de sucesso do estado, dois dos treinadores nascidos no Rio Grande do Sul se enfrentam neste domingo: o são-paulino Paulo César Carpegiani e o palmeirense Luiz Felipe Scolari.

Apesar das semelhanças nas raízes, os amigos adotaram caminhos diferentes na montagem de seus times em 2011. Enquanto Felipão exibe um Verdão com defesa sólida e ataque contestado, Carpegiani põe o Tricolor para frente, tentando ainda ajustar a zaga. Para o são-paulino, tudo isso é fruto do próprio elenco de cada um.

"Depois da entrada do Rhodolfo, nós corrigimos nossos erros da defesa. Conseguimos a estabilidade defensiva. É difícil mesmo alcançar o equilíbrio, depende das características dos jogadores", avalia.

Apesar da evolução, o Tricolor ainda apresenta a pior defesa da zona de classificação do Estadual, com 12 gols sofridos (mesmo número do Santos). Em contrapartida, o time de Carpegiani exibe o segundo melhor ataque da competição, com 20 bolas nas redes, com apenas dois a menos que o Peixe.

Já o Verdão ostenta a defesa menos vazada do Paulistão, já que só sofreu três vezes em nove rodadas. Mas a falta de um centroavante preocupa a torcida e o treinador, alarmados pelo clube só ter feito 12 gols no Estadual. Os números comprovam o estilo bem distinto entre os treinadores, mas a admiração é recíproca entre os profissionais.


"O estilo do São Paulo reflete o seu técnico. Você percebe que ele é um cara exigente na parte técnica. Gosta de um futebol refinado, reflete bem o que era como jogador", comenta Scolari.

E a disciplina tática do Verdão é um ponto que deixa Carpegiani em alerta para o Choque-Rei deste domingo. "Hoje, sem entrar no mérito da qualidade técnica, o Palmeiras é uma das equipes mais certas do campeonato. Quando ele chegou, o time ficou definido taticamente, depois de apenas quatro dias de trabalho. Até então, eu não tinha visto o Palmeiras dessa forma".

Carpegiani frequentemente se classifica como um disciplinador e, diante do encontro com o conterrâneo, enaltece a forte cobrança que o colega exerce sobre os jogadores desde a época em que brilhava no Grêmio.

"Certa vez, fui ao Olímpico em um sábado de manhã e vi o que ele estava cobrando dos jogadores, percebi que se tratava de um treinador muito exigente, com determinação no posicionamento. Fiquei com essa impressão desde aquela época. Ele não consegue tantos títulos por acaso. Os times dele são sempre determinados, com tradição e torcida", elogia.

Já Felipão é um admirador de Carpegiani desde a época em que o atual técnico era um meio-campista talentoso com a camisa colorada (rival do adorado Grêmio de Scolari).

"Tive a chance de jogar com o Carpegiani na Arábia. Naquela ocasião, ele já estava com o joelho baleado, mas era um meio-campista extremamente talentoso, atuou naquele grande time do Internacional do Rubens Minelli, dos anos 70. Se fosse jogador hoje, ele teria nível para jogar no Real Madrid", encerra o pentacampeão, que, como zagueiro, não chegava nem perto do talento do amigo.

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