Ronaldo deixa campo após sua despedida da Seleção Brasileira
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
A temperatura perto dos 10°C no Estádio do Pacaembu contribuiu para que a festa de despedida do atacante Ronaldo fosse discreta, sem deixar de ser emocionante. Não houve fogos, show ou grandes reverências. Simplicidade é o adjetivo que mais se encaixa ao adeus do maior artilheiro das Copas no jogo contra a Romênia, na última terça-feira.
Ronaldo chegou ao estádio quando faltavam duas horas para o início do amistoso. Com o filho Alex no colo, seguiu para as dependências internas do estádio e ficou longe das câmeras. Sua imagem só voltou a aparecer em videoteipes exibidos no telão do Pacaembu antes da partida. Os gols narrados por seu amigo Galvão Bueno,da Rede Globo, ganharam aplausos e o nome do atacante foi gritado pela primeira vez na noite.
Não entrou junto ao time no gramado do Pacaembu. Ficou no vestiário recebendo os últimos cuidados para os 15 minutos finais de futebol. Enquanto o primeiro tempo transcorria com um Brasil dominante sem ser eficiente, o aquecimento de Ronaldo foi exibido no telão e seu nome voltou a ser gritado.
O gol de Fred deu a Mano o cenário ideal para uma entrada triunfal de Ronaldo. Aos 28min, o atacante surgiu no túnel e caminhou diretamente para a linha lateral à espera da substituição. Fred saiu aplaudido, reverenciou o amigo e Ronaldo foi ovacionado.
Por 15 minutos, os torcedores tiveram motivos para esquecer o frio e torcer para que as jogadas da camisa nove dessem resultado. A cada toque ou possibilidade de ataque, protestos para quem não procurasse o passe ao atacante e expectativa quando a bola era direcionada a ele. Três chances desperdiçadas depois, a torcida percebeu que a despedida não seria completa.
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
São Paulo
Com o apito indicando o intervalo, Ronaldo não ajoelhou, não chorou e não fez cena para fotógrafos. Conversou com o árbitro enquanto um corredor era formado por romenos e brasileiros. Demorou até perceber a homenagem e passou cumprimentando cada um dos jogadores, que aos poucos deixaram o campo.
O palco para o discurso de Ronaldo foi montado, mas Ronaldo não apressou o momento. Deu uma volta completa no Pacaembu com câmeras da Rede Globo, emissora transmissora oficial da despedida que limitou o acesso ao gramado, em seu encalço. Recebeu das mãos de um repórter da emissora a bandeira do Brasil arremessada da arquibancada e continuou tranquilamente sua caminhada acompanhada também pela câmera portátil de seu filho Ronald.
Parou apenas em frente a um animado grupo de corintianos antes de rumar para o microfone. Em um rápido discurso, disse até breve e partiu para o vestiário antes de as seleções voltarem ao gramado. Uma cerimônia simples, sem exageros, respeitando uma história que não precisa de efeitos especiais para se tornar grande.
Não apareceu mais na noite fria. Foi visto deixando o estádio antes de a partida ser encerrada, mas deixou uma sombra enorme no Pacaembu. Teve seu nome gritado por uma torcida impaciente com os erros do ataque brasileiro. Se desejo de torcedor virasse realidade, rejuvenesceria dez anos para não apenas completar a partida, mas jogar mais duas Copas do Mundo.
FONTE: www.terra.com.br
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