Integrantes do "quarteto ideal" da Seleção, Robinho e Pato lamentam empate com a Venezuela
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
O retorno dos quatro jogadores de frente que brilharam na estreia de Mano Menezes à frente da Seleção, com um futebol envolvente na vitória por 2 a 0 em amistoso contra os Estados Unidos em agosto de 2010, não foi suficiente para o Brasil estrear com vitória na Copa América. Ganso, Neymar, Robinho e Pato - que atuaram juntos apenas pela segunda vez - fizeram partida abaixo da média neste domingo, em La Plata, e a equipe nacional não passou de um empate sem gols diante da Venezuela, pelo Grupo B.
Mostrando extrema dificuldade para superar a marcação aplicada dos venezuelanos, a Seleção até conseguiu criar chances claras de gol, mas desperdiçou todas - muitas vezes por querer "enfeitar" demais os lances, outras por falhas de finalização. Longe do show esperado pela torcida, o time de Mano saiu vaiado do estádio argentino.
Já o time comandado por César Farías apostou em um sistema bastante defensivo e levou praticamente nenhum perigo à meta de Júlio César, exceção feita a duas chegadas no segundo tempo. Agora, as duas seleções somam um ponto no Grupo B, que também conta com Paraguai e Equador.
O próximo jogo do Brasil acontece no dia 9 de julho, diante do Paraguai, no Estádio Mario Alberto Kempes, em Córdoba. A Venezuela volta a campo no mesmo dia para pegar o Equador.
Primeiro tempo: atraso, cachorro e preciosismo
Atraso de dez minutos e ausência dos hinos nacionais dos dois países. O jogo entre Venezuela e Brasil começou na correria e teve um primeiro tempo movimentado, com bola na trave, cachorro em campo, domínio brasileiro e um preciosismo do quarteto ofensivo que contribuiu para o empate por 0 a 0.
Em dez minutos, o Brasil chegou com perigo por cinco vezes, mas em três delas os atacantes prefeririam um toque a mais, um passe em vez do arremate. Aos 2min, Pato, impedido, tentou drible em vez do chute. Neymar fez o mesmo aos 5min e Ganso, com a visão clara para o gol, preferiu o passe pouco depois. A Seleção repetia os erros já vistos por Mano em treinos.
O domínio brasileiro era evidente. Mano Menezes armou a Seleção no esquema esperado: Lucas Leiva e Ramires foram os volantes, com Ganso na armação, Robinho e Neymar nas pontas, e Alexandre Pato como centroavante. Já a Venezuela do técnico César Farías veio em um 4-4-2 básico, com os meias César González e Arango na mesma linha dos volantes na hora da marcação, e encostando nos atacantes Miku e Rondón na fase ofensiva.
A Venezuela começou mal, mas encaixou a marcação aos poucos, tirando o espaço entre as linhas de marcação que Ganso aproveitava no início da partida. O Brasil passou e ter mais dificuldades para criar. A zaga brasileira deu sustos em bolas espirradas, mas o ataque venezuelano era ineficiente a ponto de uma bola que passou muito longe da meta de Júlio César ter tirado o "uhh" dos venezuelanos e argentinos infiltrados.
Na melhor chance do primeiro tempo, aos 26min, Alexandre Pato acertou o travessão em uma bomba, depois de dominar em um pequeno espaço e ser rápido no arremate. Na sequência, um cachorro invadiu o campo, passeou e esfriou o bom momento brasileiro. O animal ainda se tornou o personagem mais aplaudido do primeiro tempo.
Com Ganso cercado pelos volantes venezuelanos e Robinho e Neymar pouco eficazes nas pontas, coube a Pato chamar o jogo. Aos 31min, ele recebeu lançamento de Ramires e bateu cruzado, mas o goleiro Vega pegou. A Seleção seguiu sofrendo com erros de finalização: com 38min, após raro contra-ataque, Neymar deixou Robinho na cara do gol, mas o camisa 7 bateu fraco e o zagueiro Vizcarrondo salvou com o peito na pequena área.
Na última oportunidade antes do intervalo, Neymar recebeu de Ganso e chutou torto, para fora. O lance causou revolta nos venezuelanos, que pediam que a bola fosse jogada para fora porque Miku estava caído no chão no campo de ataque.
Segundo tempo: ritmo lento e vaias no final
A segunda etapa viu o panorama da partida mudar pouco: Brasil dominando a posse de bola e esbarrando na forte marcação ao chegar perto da área rival, e Venezuela apostando em contra-ataques esporádicos com lançamentos longos. O rendimento da Seleção, porém, piorou: Pato, por exemplo, foi o melhor brasileiro do primeiro tempo, mas errou dois domínios fáceis nos primeiros 15 minutos que poderiam ter resultado em chances claras de gol.
Sem ameaçar Júlio César, o time venezuelano causava alvoroço na torcida com lances inofensivos, como uma pedalada de Rondón que terminou com cartão amarelo para o atacante, por simulação após disputa com Lúcio. Com Ganso sumido, o Brasil não tinha criatividade para ultrapassar a marcação rival; por isso, Mano optou pela entrada de Fred, para ter um homem fixo na área e apostar em ataques mais diretos. O escolhido para sair foi Robinho, que deixou o campo vaiado.
A mudança, porém, pouco fez para melhorar o sofrimento brasileiro na tentativa de superar a "barreira" cor de vinho à frente da área adversária. Para piorar, os venezuelanos passaram a acertar bons contragolpes: Arango assustou ao escapar pela esquerda e cruzar para o chute errado de Miku; pouco depois, o mesmo Arango bateu cruzado para fora, com perigo.
Irritada, a torcida brasileira passou a pedir a entrada do garoto são-paulino Lucas. Mano atendeu o pedido e colocou o jovem em campo ao lado de Elano, sacando Pato e Ramires; entretanto, o Brasil não conseguiu superar os até nove marcadores que a Venezuela colocava na defesa. Sob vaias, a Seleção deixou o campo da mesma forma que a anfitriã Argentina na estreia: com um tropeço.
FONTE: www.terra.com.br
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