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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

ÁSPERO, ANDRÉS CRIA "CLIMA DE GUERRA" AO FALAR DE BALADAS E CORINTHIANS

Andrés Sanchez falou sobre temas polêmicos em entrevista nesta segunda-feira

Foto: Aloisio Mauricio/Terra
Àspero. Assim foi Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e atual diretor de Seleções da CBF, nesta segunda-feira, em entrevista durante a Sabatina da Folha de São Paulo. O dirigente distribuiu suas eventuais ironias, criou "clima de guerra" com um dos repórteres presentes e tocou em temas polêmicos, como bebidas e baladas com jogadores. Participaram do bate-papo os jornalistas Mônica Bergamo, Eduardo Scolese, Ricardo Perrone e José Henrique Mariante.

"Não gosto de coisas pejorativas e pessoais. Aceito críticas, não gosto só de coisas pessoais e pejorativas. Se bebo, fumo, saio de noite, mas insistem nisso", disse Sanchez, que entrou em atrito com Perrone em diversas ocasiões. "Tirando jornalista e pessoas pejorativas, só eu e o Lula chamamos o Ronaldo de gordo, só que com carinho", declarou, mais uma vez se referindo ao desafeto.

"Você já deve ter puxado minha ficha (no Complexo Penitenciário do Carandiru). Morei na Vila dos Remédios, sou do baixo clero", alfinetou mais uma vez o mandatário, quando questionado sobre a fundação de uma das torcidas organizadas do Corinthians, a Pavilhão 9. Andrés negou que o grupo tenha se originado da penitenciária do Carandiru, como consta em lendas populares, e ainda defendeu as organizadas.

"Eu não tenho problema nenhum com torcida organizada. Toda organização é reflexo da sociedade. Já vi grêmios de universidade se matarem, tomar trote e morrer afogado, e nem por isso fecharam faculdade. Quando torcedor cometer ato ilegal tem que ser preso e punido. Se é pego com bomba caseira, é preso e solto, não é torcedor, está lá porque é terrorista e tem que ser preso como tal", exaltou.

O "clima de guerra" entre o dirigente e o jornalista foi o ponto alto da discussão. Em duas oportunidades os demais profissionais presentes na sabatina tiveram que pedir para o cartola não entrar em conflito pessoal, jogando baldes de água fria nos debates. Alterado em diversos pontos da entrevista, Andrés Sanchez seguia distribuindo ironia e arrancava risos da plateia.

O presidente licenciado do Corinthians, aliás, ainda confirmou sua fama de "baladeiro" e também negou o rótulo de fazer da alta sociedade paulista. Por isso, questionou a colunista Mônica Bergamo: "em quantas festas da alta sociedade você me viu?", perguntou, antes de ouvir: "em algumas". "Mas em festa da alta sociedade só em uma, pode ter me visto em baladas", retrucou Sanchez.

"Gosto de mulher, graças a Deus. Nunca sai com o Chicão, sai com outros (jogadores). Isso não interfere em nada. Não saio escondido como muitos saem por aí", continuou o ex-presidente do Corinthians, que afirmou gostar de "tomar seu uísque": "sou criticado por muitos. Tenho que ser julgado como presidente do Corinthians. Se eu bebo é problema meu, desde que não atinja ninguém. Mas alguns escrevem coisas da minha vida mesmo assim", continuou.

O diretor da CBF tocou ainda em outros pontos curiosos ao longo da sabatina, que durou mais de uma hora e 30 minutos. Sanchez disse que, por ele, acabam os "cultos religiosos" na Seleção, confirmou seu salário mensal de R$ 75 mil na entidade, afirmou que tem o poder de "proibir convocações por problemas disciplinares" e decretou uma frase mais que enigmática: "não ponho a mão no fogo por ninguém, nem por mim". Com ironias, polêmicas e língua afiada, está decretada a "era Andrés Sanchez" na Seleção Brasileira

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