Cúpula usa o fim de semana para estudar nomes e aguardar resultados de estaduais. Tudo para não deixar o Tricolor sem a figura de um técnico
Paulo Cesar Carpegiani fica pelo menos até segunda
(Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)
A diretoria do São Paulo já definiu que Paulo César Carpegiani não é o nome ideal para seguir no comando da equipe na sequência desta temporada. Mas resolveu manter o técnico no cargo por mais alguns dias. Nesta sexta-feira, a permanência do treinador causou dúvida na cúpula tricolor, que segurou Carpa pelo menos até a reapresentação do grupo, na próxima segunda-feira, às 15h30.
Ao meio-dia, no momento do desembarque da delegação de Florianópolis, após a derrota por 3 a 1 para o Avaí, que culminou na eliminação da Copa do Brasil, os dirigentes estavam convictos de que sua situação estava insustentável. Juvenal Juvêncio fez duras críticas ao desempenho da equipe na Ressacada e disse que a continuidade da convivência de Carpegiani com Rivaldo era uma coisa "muito difícil de acontecer".
- Não posso ser cínico. Houve uma discussão pública do técnico com o atleta e a convivência dos dois ficou mais complicada. A direção vai resolver isso com atitude, como sempre fez - disse Juvenal Juvêncio, em Congonhas.
Após o almoço, a diretoria tricolor reuniu-se no Centro de Treinamento do clube, na Barra Funda, para analisar as possibilidades de troca de comando. Por enquanto, sem um nome forte em mente, os dirigentes preferem não oficializar a saída de Paulo César Carpegiani para não deixar o cargo vazio, como ocorreu no ano passado, após a saída de Ricardo Gomes.
O ideal na cabeça da cúpula é ter o anúncio de um novo técnico logo após a saída de Carpa. Com Muricy foi assim: ele foi oficialmente demitido no mesmo dia em que anunciaram a contratação de Ricardo Gomes, em 2009.
- Posso dizer que o clube não trocou de técnico, ele é o treinador, mas em função do resultado, claro que a diretoria avalia e faz isso permanentemente - explicou João Paulo de Jesus Lopes, em entrevista à rádio Globo.
Colocar um técnico "tampão", como foi Sérgio Baresi em 2010, não está mais na pauta tricolor. A diretoria quer acertar com um nome de peso para dirigir a equipe nas duas competições que ainda terá nesta temporada (Brasileirão e Copa Sul-Americana).
No encontro, o presidente Juvenal Juvêncio, o diretor de futebol João Paulo de Jesus Lopes e o vice de futebol Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, decidiram que vão esperar a última rodada dos campeonatos estaduais, neste fim de semana, para saber se algum novo nome pode aparecer no mercado. Enquanto isso, Carpegiani está em Camboriú, no litoral catarinense, descansando. Quando ele retornar ao clube, na segunda-feira, enfrentará uma reunião com os dirigentes.
Cuca, do Cruzeiro, e Dorival Júnior, do Atlético-MG, foram opções que entraram na conversa desta sexta, mas sem grande interesse. O primeiro possui muita restrição no clube, por causa dos seus nove meses de Tricolor em 2004 sem grandes resultados. O segundo tem contrato com o Galo, e o São Paulo não está disposto a pagar nenhum valor pela multa, além do bom relacionamento de Juvenal Juvêncio com Alexandre Kalil, mandatário principal do alvinegro de Minas.
Como sempre Paulo Autuori, campeão mundial no Tricolor em 2005, foi citado em um momento de apuro. Já havia sido assim depois da saída de Ricardo Gomes, há um ano, mas o contrato por mais uma temporada com o Al-Rayyan, do Qatar, inviabilizam o interesse em um primeiro momento.
O fim de semana vai ser de análise por parte da diretoria do São Paulo. Com o elenco de folga até segunda, o objetivo é definir um nome e a partir dele traçar um novo planejamento para o semestre que está por vir. Do contrário, a equipe vai continuar no "quase", como nos últimos dois anos e meio.
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