Treinador supera saída conturbada do Fluminense e tem nova chance de chegar ao título depois de cinco anos, quando foi vice com o São Paulo
Em um curto espaço de tempo, uma virada e tanto. Há três meses, Muricy Ramalho era contestado no Fluminense pelo desempenho ruim na Libertadores. Ele acabou deixando o clube de forma conturbada, reclamando de falta de estrutura para seguir seu trabalho até o fim de 2012. Hoje, o treinador respira aliviado com o Santos. No mesmo torneio continental, ele alcançou uma vaga na final, com um time que ganhou consistência na defesa.
Mas chegar à decisão com o Santos não foi das tarefas mais fáceis para o treinador, que volta a decidir uma Libertadores depois de cinco anos – foi vice-campeão com o São Paulo, em 2006, perdendo para o Internacional. Muricy teve de impor seu estilo mais defensivo para fazer o Peixe sofrer menos na Libertadores.
E o primeiro passo foi justamente em Assunção, contra o Cerro Porteño. Logo na estreia, Muricy não podia perder para os paraguaios, sob o risco de comprometer a classificação da equipe à fase de mata-mata. Mesmo sem Neymar, Elano e Zé Love, expulsos no jogo anterior, contra o Colo Colo, conseguiu uma vitória por 2 a 1. Na última rodada, garantiu a classificação no Pacaembu com os 3 a 1 sobre o Deportivo Táchira. E seguiu para um jogo que é classificado pelos alvinegros como um marco na campanha do time.
Muricy Ramalho soube consertar a defesa do Santos (Foto: Agência Reuters)
Contra o América-MEX, um placar apertado na primeira partida (1 a 0). No jogo de volta, pressão do time da casa e grande atuação da defesa santista, principalmente do goleiro Rafael (veja as defesas no vídeo ao lado). O 0 a 0 tinha a cara de Muricy: pegado, sofrido, mas com final feliz.
Nas quartas, novo sufoco. A vitória por 1 a 0 fora de casa, contra o Once Caldas-COL, deu uma pequena vantagem aos alvinegros. Mas o 1 a 1 no Pacaembu chegou a fazer a torcida temer pelo time. Sorte que a defesa novamente resolveu.
Nas semifinais, outra vez um placar apertado (1 a 0 no Pacaembu) e uma classificação suada. Depois de estar vencendo por 3 a 1, o time cedeu o empate e quase comprometeu seus planos na competição. Muricy usou até da catimba para esfriar o ímpeto do Cerro. O treinador foi atingido por um objeto e deu dois passos à frente até cair em campo – ele foi atendido pelo médico do clube e ficou com um inchaço no lado esquerdo da cabeça. O tumulto esfriou a partida quando o Cerro pressionava atrás do quarto gol.
- Fazemos as coisas como o Muricy pede e temos usado bem a individualidade, como ele gosta – resumiu o meia Elano.
Apesar dos placares mais apertados, Muricy conseguiu mudar o comportamento da equipe defensivamente. Mais compacto, o time tem sofrido menos gols. Foram seis gols nos oito jogos pela Libertadores. Espantou o fantasma da desclassificação que o rondou no Fluminense. E tem a chance de, enfim, vencer a Libertadores, depois de cinco anos da sua primeira experiência em uma final.
FONTE: noticiasdosantos.com.br
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