Luiz Felipe Scolari assumiu o Palmeiras em julho como uma salvação para diretoria e torcedores. Ao reerguer um grupo contestado e levá-lo à liderança do Campeonato Paulista, o treinador virou uma espécie de salvador também para seus jogadores. É no estilo exigente do chefe que os mais experiente apostam para evitar empolgação.
Danilo, que é um dos homens de confiança de Felipão, garante que não há muitos jogadores eufóricos. E responsabiliza o treinador por isso. "A alegria tem que existir no dia a dia de trabalho, é normal, mas o comandante não vai deixar haver oba-oba. Nosso pensamento aqui é ter humildade, respeitar os adversários e o Felipão não vai deixar de maneira nenhuma o clima de 'já ganhou' acontecer aqui", apostou.
Apesar de Kleber ter se queixado publicamente da postura de Scolari, cobrando mais elogios e menos críticas ao seu elenco, o treinador, aparentemente, mantém o grupo em suas mãos. E o faz batendo papo com os mais experientes. Até Valdivia, que também já se desentendeu com o chefe, é procurado, assim como Lincoln. "Com alguns ele conversa mais por experiência, e nem sempre é sobre futebol. Mas ele trata todos igualmente, dá total liberdade para todos. Só que a palavra final é sempre do treinador, não se pode impor sem o aval dele", contou Danilo.
E o elenco é administrado sem mimos. Mesmo com o pedido de Kleber, é raro Felipão elogiar até mesmo a defesa, pela qual começou a montar o time e que é a menos vazada do Paulistão, com seis gols sofridos em 17 jogos. "O principal elogio que quero receber é do nosso treinador, o Felipão. E ele só elogia de vez em quando, uma vez por semana. Está bom. Muito elogio atrapalha", defendeu Danilo, valorizando o chefe.
"Ao mesmo tempo em que você é elogiado na quarta-feira, você é criticado no domingo. Por isso procuro focar no que o treinador pede. Às vezes, para o Felipão fizemos uma grande partida e para muitos não. São muitas opiniões, mas foco e confio muito na do treinador. Tendo elogio dele, já basta", aceitou.
Desta maneira, além de uma defesa forte, o treinador conseguiu, neste momento, sua maior invencibilidade nesta segunda passagem pelo Verdão. São 13 jogos sem perder, já que a única derrota no ano ocorreu somente em 6 de fevereiro: 1 a 0 para o Corinthians, no Pacaembu, em partida com muitas chances claras perdidas pelos palmeirenses.
Mas nem isso satisfaz os atletas. "A invencibilidade é boa porque os jogadores pegaram confiança, estão mais soltos. E o treinador cobra muito, não vai deixar que a invencibilidade atrapalhe e deixemos de trabalhar forte para brigar pelo título", disse Danilo. "Temos que continuar fazendo o nosso trabalho, escutando o treinador", completou o zagueiro.
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